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Os vereadores voltaram a lamentar na sessão desta quinta-feira (22 de abril) na Câmara de Jaraguá do Sul a situação desagradável em que o diretor da Associação Amigos do Esporte Amador e ex-vereador Carione Pavanello tentou envolver a Câmara, em uma acusação de que os mesmos não estariam incentivando o futsal, quando nem ao menos projeto a respeito de repasse de verbas para a equipe existe.
O primeiro a levantar a questão foi Francisco Alves (PT), para quem os vereadores não podem viver de ameaças simplesmente porque querem exercer o papel de fiscalizadores para o qual foram eleitos. A confusão provocada pelo dirigente esportivo foi tanta que tem até vereador ainda sem entender o que de fato aconteceu. É o caso de Ademar Winter (PSDB), que usou a tribuna para pedir cópia da sessão itinerante de terça-feira (20), por entender que o vereador Francisco teria feito críticas ao futsal, quando o mesmo abordou o assunto.
“Quem não deve não teme. Temos um exemplo aqui do próprio Moretti (Valdir, dirigente da equipe de bicicross que acompanhava aprovação de projeto de R$ 15 mil para a modalidade), que está há 30 anos na coordenação da equipe jaraguaense e sempre prestou contas do recurso público que recebeu”, observou Francisco.
Diante da confusão desnecessária em que até mesmo jogadores de futsal deram declarações sem saber do que estavam falando, Francisco destacou que em nenhum momento criticou o time da Malwee, e na condição de legislador se sentiu ofendido pela maneira como vieram as notícias, quando nem sequer um projeto está encaminhado.
Recordou que não é a primeira vez que alguém tenta denegrir a imagem dos legisladores. No final de agosto do ano passado, seu nome e de outros colegas apareceram em faixa colocada em frente à Sociedade João Pessoa dizendo que os vereadores não apoiavam o futebol. Isso quando a Câmara começou a discutir um grande repasse de dinheiro para a Liga Jaraguaense de Futebol, que para pressionar a liberação chegou a suspender uma rodada, culpando os vereadores.
Francisco reiterou que vai continuar a fazer sua parte com tranquilidade. Ele também lamentou a ausência de alguns vereadores no momento em que se debatia o assunto, caso de Ademar Winter (PSDB), que levantou a questão, e José Ozorio de Avila (DEM), que se retiraram na metade da sessão. Já as ausências de Lorival Demathê (PMDB) e Jean Leutprecht (PCdoB) haviam sido anunciadas antecipadamente, e Ademar Possamai (DEM) chegou durante o debate.
[b]PRESIDENTE REBATE AVALANCHE DE EQUÍVOCOS[/b]
A presidente da Casa, Natália Lúcia Petry (PSB), falou em nome da Câmara sobre o assunto que veio à tona no último sábado. Disse que diante das avalanches de equívocos e inverdades, pesarosamente se sentiu na obrigação de defender o Legislativo. “Sabemos o quanto esta Casa tem trabalhado em prol de desempenhar seu papel de fiscalizador, legislador e representante do povo”.
“Em relação a esta situação desastrosa, provocada pelo ex-vereador Carione Mess Pavanello, espantou sua tentativa de colocar a opinião pública contra a Câmara”, destacou a presidente, explicando que o pedido de informações a respeito da prestação de contas não foi feito à Associação Amigos do Esporte Amador justamente porque a Câmara adotou a posição correta de fazer pedido à Prefeitura em relação aos recursos públicos repassados por meio de subvenções e de lei autorizativa.
Em 2009, a Câmara aprovou série de recursos, para várias entidades. Natália citou como bom exemplo de entidade beneficiada com recurso público que costuma prestar contas publicamente a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que faz regularmente a prestação de contas da promoção Natal para Todos. “Um exemplo que deve ser seguido, o recurso público deve ser bem aplicado e não importa a entidade que recebe. A Câmara não fez pedido à Malwee ou à associação. Pediu, como é de seu direito, à Prefeitura, em um documento envolvendo várias entidades igualmente beneficiadas, para cumprir seu papel de fiscalizador”, lembrou Natália.
Recordou que no ano passado a Casa foi questionada porque aprovava todos os recursos e agora está respondendo à comunidade tentando acompanhar o destino dos mesmos e anunciando rigor na liberação dos recursos.
O pedido não foi feito à associação, reiterou Natália, dizendo que foi feito à Prefeitura, sem alarde, mas causou surpresa a forma como foi desvirtuado. “Cacá disse que a Câmara não ajuda o esporte e o Juventus, mas compete exclusivamente ao Executivo destinar dinheiro. Compete aos legisladores fiscalizar em todas as esferas”, destacou. Ela sugeriu que ele preste contas à população dos investimentos que promoveu quando dirigente de entidade estadual e se privilegiou as modalidades esportivas de A a Z, como deveria, afinal, esporte amador não é só futsal.
Mais impressionante ainda, segundo os vereadores, foi o que fizeram os jogadores de futsal. Demonstrando total desinformação a respeito do assunto, ao serem entrevistados logo depois do jogo do último sábado a respeito do seu desempenho em quadra, eles desviaram o foco do resultado da partida e desandaram a desfiar uma série de informações desencontradas e desrespeitosas aos vereadores.
[b]ACUSAÇÕES FEITAS EM REDE NACIONAL IMPRESSIONAM[/b]
“Fiquei impressionada com o que disseram jogadores do nível de Falcão e Chico em rede nacional, para a TV Paraná, e a radialistas, de que os vereadores não queriam mais a equipe em Jaraguá e que a Câmara não aprovava verba para a modalidade”, disse Natália. Até mesmo o técnico Ferretti teria se manifestado.
“Que na oportunidade certa façam uma retratação deste episódio”, apelou a vereadora, ao mesmo tempo em que agradeceu ao empresário Guilherme Weege, que em nota oficial publicada em jornal local esclareceu que as decisões sobre a continuidade da equipe de futsal competem exclusivamente ao patrocinador, que é a empresa Malwee, que confirmou o patrocínio até o final de 2011, conforme previsão incluída no planejamento estratégico da empresa.
Na nota, Guilherme reforça que “a continuação ou não do patrocínio a partir de 2012 dependerá mais de questões estratégicas internas (o que acontece a cada revisão do plano estratégico) do que da decisão que for tomada neste momento pelas entidades envolvidas. O que queremos é que a cidade não perca e que os jaraguaenses possam continuar a se orgulhar do seu time de futsal, independente de quem for o seu patrocinador no futuro…”
Natália também agradeceu à imprensa local e aos muitos órgãos que fizeram seu papel para levar a verdade à comunidade e que se pronunciaram veementemente contra a desinformação plantada.
A vereadora destacou que na condição de profissional da educação física, que tem ao seu lado um conselho regulamentado, está na hora de sensibilizar administradores públicos para que coloquem para gerir setores esportivos profissionais da área. “É uma reflexão. Com certeza, a população vai ganhar muitos bons profissionais”.
Aos jogadores envolvidos nas declarações infelizes e maliciosas, também foi dado um recado: “Buscar a informação correta e a Justiça a respeito dos fatos antes de falar. Ser bom jogador e de excelência é um dom divino, mas ser cidadão comprometido com a verdade está acima de tudo, pois quando a força física falha são os verdadeiros valores que nos acompanham no dia-a-dia. Que busquemos a verdade, pois tudo tem dois lados e precisa ser apurado”.
“Tentaram armar um circo para cima de nós, mas não conseguiram e que os jogadores e o povo compreendam que queremos esporte em Jaraguá, que represente verdadeiramente nossa cidade como o futsal, e não fiquem dizendo que estamos negando, pois aprovamos a liberação do dinheiro e queremos agora ver uma prestação de contas, que a Prefeitura explique onde foram aplicados os R$ 380 mil destinados no ano passado”, destacou o vereador Jaime Negherbon (PMDB).
A vereadora lembrou que não somos contra o esporte nem é necessário discorrer sobre os benefícios que o esporte traz para qualquer cidadão ou classe social. “É questão de planejamento”, lembrou de programa importantíssimo, que mobilizou 8 mil crianças descobrindo talentos e está desativado há dois anos.
Ela fez apelo ao líder do governo Ademar Possamai (DEM), para que a Prefeitura faça estudo para reativar este projeto com recursos municipais, se perdeu prazo para buscar outros recursos. Disse que a Câmara poderia abrir mão de verba de seu orçamento para que se reative o projeto. “Se quer mudar de nome, não tem problema, mas era programa interessante, onde acadêmicos atuavam como estagiários, oportunizando prática ao estagiário, e valorizando crianças e famílias na descoberta de talentos e proporcionando qualidade de vida”.
[b]CACÁ JÁ TENTOU RESPONSABILIZAR CÂMARA POR PROBLEMAS DO JUVENTUS[/b]
Jaime lembrou que recentemente Cacá tentou colocar a população contra a Câmara a responsabilizando por falta de apoio ao Juventus. “Ele próprio defendeu, mas como dirigente da Fesporte não fez nada e sabe que não veio projeto de ajuda para beneficiar o Juventus. O Cacá mesmo falou que quem tem problemas na Justiça não pode receber recursos públicos, que era o caso do Juventus, mas tentou envolver os vereadores”, enfatizou Jaime.
O vereador Justino da Luz (PT) disse que não se manifestaria sobre o caso, já que tantos outros vereadores falaram, mas fez um breve comentário lembrando que a Casa tem discutido a necessidade de prestação de contas e divulgado sua função fiscalizadora, mas as vozes não são ouvidas. “Nada vai mudar nosso comportamento em relação as coisas públicas, além de valorizarmos o que é privado”.
O vereador Ademar Possamai (DEM) disse que fez quase o impossível para chegar a tempo na sessão, mas lamentou não ter conseguido votar os projetos e indicações. Com relação às declarações de Cacá, diz que leu no jornal sobre a possível polêmica, fez contato com o mesmo, que é presidente de seu partido, mas não conseguiram dialogar.
Porém, Possamai fez questão de deixar seu registro que a Câmara não tem responsabilidade direta nem indireta sobre a situação. Enfatizou que a Câmara aprovou todos os recursos solicitados, inclusive os pendentes de 2008, e novo repasse em 2009, totalizando os R$ 380 mil já anunciados. Entende que o pedido de informações é legítimo, apesar de ter causado mal-estar o fato de o pedido ter sido feito para a Prefeitura.
“Quem está sendo questionado fica com uma percepção de que estaria sendo cobrado”, disse, na tentativa de entender um pouco da revolta da equipe, mas reconhece que isso não justifica a atitude como um todo. Por fim, declarou seu respeito ao presidente do seu partido e sua dedicação e empenho ao futebol de salão, pois acha que ele tem participação importante neste projeto, que começou ainda em 2000 com outro patrocinador, o Breithaupt, e acredita que pelo que acompanhou nas declarações ficou esclarecido para a população a verdadeira posição da Câmara.
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP