Audiência pública promovida na noite de ontem, 17, pela Câmara Municipal, abriu discussão sobre a saúde no município. Entre os temas abordados, o atendimento nos postos de saúde, funcionamento e condições estruturais, quantidade de médicos, prazos para consultas e distribuição de remédios pela Farmácia Básica.
Os trabalhos foram conduzidos pelo vereador Jeferson de Oliveira, proponente da audiência. Entre os convidados estavam o secretário municipal de Saúde, Ademar Possamai, os diretores dos hospitais São José, Maurício Souto Maior, e do Jaraguá, Jeferson Gomes, e também os profissionais Vicente Caropreso, neurologista, e Airton Weber da Silva, pediatra, ambos com experiência na área pública.
Representando o Legislativo Municipal participaram, além do proponente, o presidente da Casa José Ozório de Ávila, Arlindo Rincos, Eugênio Juraszek, João Fiamoncini, Natália Lúcia Petry e Wilson Bruch, que assumiu vaga no dia de ontem. Os convidados responderam aos questionamentos dos parlamentares e da comunidade presente.
Para o pediatra Airton Weber, é necessário investir na rede primária de saúde. A defesa do profissional é que as estruturas existentes tenham seu atendimento otimizado, com a contratação de mais profissionais, e a ampliação do programa ESF (Estratégia Saúde da Família).
O neurologista Vicente Caropreso apontou algumas iniciativas em tramitação no Congresso Nacional para incentivar a permanência dos médicos em cidades do interior. Um delas é a proposta de exigência para que, após formados na escola pública, os profissionais atuem por determinado período na rede pública de saúde de municípios menores.
“Ficaria assim uma decisão de governo de fazer com que se dê condição ao médico recém- formado e que ele vá traduzir o que ganhou em benefício daquele que está pagando, no caso a população”, comentou. Outra proposta, informou, é a instituição da carreira médica na área pública. Na avaliação de Caropreso, os atendimentos simples concentram a maior parte da necessidade, por isso é preciso capacitar melhor os profissionais, aumentando a resolutividade.
O secretário municipal de Saúde, Ademar Possamai, confirmou a construção de uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) o que, acredita, irá desafogar os atendimentos nos hospitais. O aumento salarial dos médicos também está em estudo, no entanto, avalia que a medida irá criar um problema de ordem orçamentária, visto que já são investidos 20% em saúde, frente aos 15% exigidos pelo governo federal.
Com relação aos medicamentos de uso controlado, o secretário confirmou que os mesmos são disponibilizados pela Farmácia Básica. Há também a opção do programa Farmácia Popular do Brasil, que fornece medicamentos a baixo custo mas que, segundo Possamai, tem baixa procura. “Enquanto cerca de 300 pessoas procuram a Farmácia Básica por dia, na Popular são 380 ao mês”, informou.