O secretário de Educação de Jaraguá do Sul, Elson Cardozo, compareceu à Câmara de Vereadores nesta quinta-feira, 12, atendendo a um requerimento de Arlindo Rincos para explanar sobre as reformas de ampliação nas escolas municipais e as construções de novas unidades. O principal assunto abordado entre os presentes foi respectivo às obras e à falta de vagas em creches na cidade.
O vereador Jari Pedri questionou o secretário sobre as obras no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Wolfgang Weege e o projeto que o Poder Executivo enviou para a Câmara pedindo um aditivo de R$ 200 mil para a conclusão delas. “Causa-me estranheza um aditivo de duzentos mil reais para uma obra como essa”, observou.
Cardozo lembrou que obras como essa tem um orçamento inicial, mas que no decorrer da execução outras demandas são encontradas e o orçamento precisa ser alterado. “É como a reforma da sua casa ou da minha, nós prevemos um orçamento e o quanto vamos gastar, mas no meio do caminho a gente vai implementando coisas que acabam aumentando os gastos previstos no início”, argumentou o secretário.
“Eu posso errar na previsão do orçamento da minha casa, o senhor também pode, mas uma equipe de engenheiros, profissionais e técnicos não pode”, contra-argumentou Pedri.
Arlindo Rincos também estranhou o projeto. “Nós não conseguimos entender no que foi gasto. Essa é nossa preocupação. Se o projeto viesse mais completo, para nós vereadores, talvez tivéssemos clareza na aprovação do projeto. Não temos o memorial descritivo da obra. Se tivesse, talvez entenderíamos onde foi gasto o dinheiro. Não temos. É isso que causa estranheza”, criticou.
Os vereadores também se detiveram em questões relacionadas à falta de vagas nas creches em Jaraguá do Sul. Lima, Rincos, Fiamoncini e Pedri criticaram a Administração pelo fraco empenho em solucionar essa situação.
João Fiamoncini afirmou que há dois anos entrou na Casa um projeto para criação de uma CMEI no Três Rios do Norte e ampliação em outra, mas que não pôde prosseguir por uma série de questões. O vereador perguntou se algo do tipo ainda estava em pauta da Administração. Cardozo explicou que Três Rios do Norte, bem como Barra do Rio Cerro, foram contemplados com duas creches. “Só que esses recursos eram do Governo Federal. E, a partir de certo momento, o Governo Federal tomou pra si essas obras. Eles fizeram a licitação. E, pra ter uma ideia, a empresa que ganhou a licitação dessas obras, ganhou mais de 300 obras em Santa Catarina. E eles deixaram de fazer muitas dessas obras, inclusive as creches aqui em Jaraguá do Sul”, afirmou o secretário.
Cardozo afirmou que foi a Brasília para pedir ao Governo que transferisse o processo licitatório para as mãos da Administração Municipal. Segundo ele, foram atendidos. Agora o secretário espera que, em breve, a Prefeitura possa lançar nova licitação para que essas creches sejam construídas.
Amarildo Sarti lembrou que Jaraguá do Sul pode espelhar-se em outras cidades para achar soluções para esse impasse na falta de vagas. “Estive em Joinville e percebi que o trabalho que foi feito lá, para que os cofres públicos fossem menos exonerados, foi a compra de vagas em creches em entidades filantrópicas. Peço para que nós possamos começar a transitar para esse modelo”, ressalvou Sarti.
“A gente já fez essa conversa, mas as creches particulares de Jaraguá estão lotadas. Não há onde comprar vagas aqui. É preciso que alguém crie ONG ou entidade filantrópica e faça isso para que a gente possa comprar vagas pelo preço que a gente pode pagar. Hoje cada criança custa cerca de R$ 945,00 para a Administração Municipal”, afirmou Cardozo.
TELHADO DE ESCOLA
Rincos também indagou Elson sobre a reforma da escola Ribeirão Cavalo e o sumiço do telhado que cobria o refeitório. O parlamentar afirmou que obteve a informação de que isso teria ocorrido por falta de pagamento.
O secretário explicou que não cabe à Administração o poder de polícia para investigar isso e que o caso está sendo trabalhado pela Polícia Civil. Comentou ainda que as informações chegadas até o momento são de que a empresa responsável pela obra comprou o telhado de uma revendedora e não teria pago. Esta revendedora teria sido responsável pela retirada do telhado da escola, pela falta desse pagamento. “Mas nós conversamos com a empresa que toca a obra e dissemos que ela teria que dar um jeito de recolocar o telhado, pois era a única responsável pelas atividades. Hoje o telhado já está lá no lugar e é isso que nos importa”, assegurou Cardozo.
Jocimar de Lima lamentou a quantidade de problemas com empresas que prestaram serviço para a Prefeitura nesta gestão. Elson refutou e disse que, de 32 obras, apenas duas acabaram tendo problemas com as empresas para a execução.
INTÉRPRETE DE LIBRAS
Rincos também pediu informações sobre o profissional intérprete de libras que trabalhava em Jaraguá do Sul, mas que, com o término do contrato, não atende mais o município.
Segundo Cardozo, “quando terminou o contrato com essa intérprete de libras, chamamos todos os outros aprovados no concurso, mas nenhum quis assumir o cargo. Fizemos um novo processo seletivo e esperamos contar em breve com esse profissional”.
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