A Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul foi palco da discussão promovida pela Amvali (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu) para a apresentação do projeto da empresa Redsol Energy Ltda, nesta quarta-feira (4).
O presidente Jaime Negherbon e os vereadores Jean Leutprecht, Afonso Piazera Neto, Francisco Alves e Justino da Luz estiveram presentes, juntamente com entidades e autoridades dos municípios da região.
O diretor da Redsol Energy, Valmir Roberto Silva, explicou que já há um projeto semelhante na Espanha e afirmou que a empresa propõe a transformação do lixo em energia limpa. A usina funcionaria para a destinação final do lixo da região. De acordo com ele, a usina é totalmente sustentável e evita a emissão de gases poluentes para a atmosfera. A turbina é movida a gás metano, produzido a partir do lixo orgânico.
Com relação aos custos para Jaraguá do Sul, Silva disse que seria um investimento privado. “Nós ganhamos dinheiro com a venda de energia”, ressaltou. A Prefeitura só precisaria continuar com o trabalho de coleta, o processo final seria de responsabilidade da Redsol. A Celesc demonstrou interesse em firmar parceria com o projeto.
O presidente da Amvali e prefeito de Guaramirim, Nilson Bylaardt, se ofereceu para disponibilizar um terreno para a sede da empresa na cidade, ocupando uma área em torno de 80 mil metros quadrados.
Silva falou ainda sobre a política nacional dos resíduos sólidos urbanos, que estabelece um prazo até 2014 para os municípios estabelecerem uma alternativa sustentável ao lixo não reciclável. Atualmente, Jaraguá do Sul gera 2.600 toneladas de lixo por mês, que é encaminhado ao aterro sanitário de Mafra. “A nova lei para aterro sanitário não permite que ele dure mais de cinco anos”, contou.
Algumas dúvidas foram levantadas pelo público e também pelos vereadores. O presidente da Câmara de Jaraguá do Sul observou a questão da abrangência da usina. “Eu vejo que hoje, em Santa Catarina, o lixo que produzimos é um lixo muito rico, muito aproveitado. A produção de todo o Estado deve chegar a 100 toneladas ao mês”. Negherbon sugeriu uma alternativa com relação à centralização da empresa. Segundo ele, Coritibanos seria o local mais adequado e questionou um recurso para arcar o transporte até lá.
O vereador Afonso Piazera Neto também ponderou sobre o suporte da usina e disse que o primeiro passo é realizar estudos sobre o raio de abrangência.
O vereador Jean Leutprecht informou que o governo federal, dentro da política nacional de resíduos sólidos, disponibilizou recursos para que sejam feitos levantamentos na região. O vereador afirmou caber às entidades competentes cobrarem do governo estadual agilidade para o encaminhamento de estudos. “Serviria e muito para vermos quais as formas de tratar o nosso lixo. É um debate que precisa ser fundamentado para se colocar em prática”, sugeriu.
De acordo com o promotor do Meio Ambiente, Alexandre Schmitt dos Santos, a questão dos resíduos sólidos é um problema que gera altos custos municipais e que a apresentação da ideia de não geração de custos vai ser um agente facilitador para todos.
O diretor da Redsol finalizou o evento avisando que a empresa irá enviar uma carta de sugestão à Prefeitura. “O próximo passo é fazer um levantamento com as entidades competentes da região”.
A empresa tem dois meses para realizar os estudos. A equipe será formada por técnicos brasileiros e da Europa, onde a iniciativa já dá resultado.