O vereador José Osorio de Avila (DEM) voltou a usar a tribuna na sessão desta quinta-feira (10 de setembro) para questionar um assunto polêmico e que ao que tudo indica está longe de solução – o conflito que a população vive ao pedir atendimento médico ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que julgam ser demorado, ou aos bombeiros, que estão impedidos de atender este tipo de ocorrência para não interferir nas atividades do Samu.
Nem uma semana havia se passado – a coordenadora estadual do Samu, Maria Cristina Machado Pires, esteve em reunião na Gerência de Saúde de Jaraguá do Sul com o secretário de Saúde, Irineu Pasold, o secretário regional Lio Tironi e vereadores em busca de uma solução para as reclamações, no dia 2 de setembro -, quando o trabalhador Moacir Stupp, 42 anos, teve morte fulminante.
Seu caso talvez não tivesse reversão, pois transcorreram minutos entre se sentir mal e morrer, mas o vereador José Osorio, que preside a Comissão de Educação, Cultura, Esporte, Saúde e Assistência Social da Câmara, diz que ficou muito triste ao saber que às 6 horas da manhã de segunda-feira, a cunhada de Moacir ligou para os bombeiros comunicando que ele estava passando mal.
Segundo a versão da família, a atendente disse que não era serviço do bombeiro, mas do Samu, “como acontece sempre nas nestas solicitações”, lembrou o vereador. Porém, segundo o vereador apurou, três minutos depois a mesma operadora dos bombeiros retornou a ligação e perguntou se a pessoa já tinha sido atendida. Quando foi informada que ele foi levado em um carro particular, teria dito “não acredito”. Ele chegou morto ao pronto-socorro. “O médico disse que se ele tivesse chegado um ou dois minutos antes talvez houvesse chance de reanimá-lo”, disse o vereador.
José Osorio deixou bem claro que ao levantar este problema não faz críticas aos bombeiro voluntários de Jaraguá do Sul, entidade que é considerada a de maior credibilidade da cidade, mas à operadora que atendeu o telefone.
O vereador Jaime Negherbon (PMDB), que também conhece a família e o drama que vive, voltou a lamentar a falta de entendimento entre Samu e Bombeiros, que estaria deixando pessoas desassistidas. “Falta uma central do Samu em Jaraguá do Sul”, reiterou, ao mesmo tempo em que enalteceu o trabalho digno dos bombeiros. Porém, a coordenadora estadual do Samu deixou claro na reunião da semana passada que não está nos planos desvincular a base de atendimento de Jaraguá do Sul da central de Joinville. Ele considera as queixas casos pontuais.
[b]AÇÃO DE POLICIAIS VOLTA A SER QUESTIONADA[/b]
Além de levantar o problema entre Samu e Bombeiros, o vereador José Osorio de Avila voltou a tocar em outro assunto que já foi motivo de polêmica na Câmara – a ação de determinados policiais militares em abordagens. “Já fomos machucados quando chamamos o comandante da PM aqui para questionar a atuação, mas infelizmente não é toda a corporação da Polícia Militar, mas alguns integrantes que têm uma abordagem que deixa a desejar”, lamentou o vereador.
Segundo José Osorio, na rua Irineu Franzner tem um bosque ecológico. Ali, formou-se um açude. Na semana passada, quatro meninos pescavam no açude quando teriam sido abordados com truculência pela PM. “Discordo da maneira como foram abordadas crianças de dez a 12 anos, de armas em punho. Aqui vai minha crítica sobre a maneira como os meninos foram abordados, e registro minha indignação sobre alguns PMs, que deveriam ter sido mais sensatos ao pedir para os adolescentes saíssem daquele local”, registrou.
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP