Os vereadores Francisco Valdecir Alves e Vilmar Delagnolo, ambos do PT, estiveram na manhã de ontem visitando as obras de recuperação no bairro Rio Molha. Um novo deslizamento, no sábado, obstruiu o único acesso ao alto do morro. Lá, eles encontraram o diretor da Defesa Civil do município, Jair Alquini, que falou as dificuldades em recuperar a área em função da chuva insistente que ainda caia no início da manhã. Alquini disse que se a tempo melhorar, a intenção é liberar a pista para tráfego de veículos no sábado.
Uma pedra com peso estimado em 150 toneladas, e que era uma das maiores preocupações do próprio diretor da defesa Civil – que temia que a mesma rolasse e caísse nas casas que ficam embaixo do morro, do outro lado da pista -, está sendo empurrada aos poucos para a base do morro, onde será quebrada com uma britadeira, eliminando os riscos.
Além de acompanhar o andamento da recuperação, que já vinha sendo feita há mais de mês no local, pela empresa Almeida e Filho, a Defesa Civil também se preocupa em dar um abrigo seguro para os moradores das áreas de risco. Ainda na manhã desta quarta-feira, Alquini disse que precisou deslocar uma família do Molha para o galpão da igreja católica da Barra do Rio Cerro, porque a igreja do bairro não estaria aceitando a família em suas instalações.
Enquanto os moradores aguardam uma definição e têm que enfrentar baldeação de ônibus, tendo que andar pelo menos 400 metros numa região íngreme e alternativa, até chegar a uma área liberada para o tráfego, alguns também dão opiniões do que poderia melhorar o acesso, enquanto observam o trabalho dos operários.
Representante comercial que está praticamente impedido de trabalhar por causa da estrada obstruída, Adelar Getelina sugere uma nova estratégia de trabalho. Para ele, não é hora de a empresa tirar a pedra. Ele acha que a pedra estaria segurando grande volume de terra e deveria ser mantida, para que a rua fosse logo desobstruída. Ao morador Adelar, foi informado que quem supervisiona a obra não é a Prefeitura ou a Defesa Civil, mas sim o Departamento de Estado da Infra-estrutura (Deinfra). Porém, o vereador Francisco sugeriu levar as sugestões dos moradores para o secretário de Desenvolvimento Regional, Lio Tironi.
Os vereadores ainda subiram em outras áreas íngremes em torno de onde caiu o grande volume de terra para verificar a situação. O problema que voltou a afetar a comunidade do Molha já havia sido discutido na sessão da Câmara de terça-feira (22 de setembro), quando o vereador Francisco externou sua preocupação com a segurança e lembrou que por questão de segundos um ônibus que estava passando não foi atingido pela terra no sábado.
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CAMINHO ALTERNATIVO[/b]
O vereador Jaime Negherbon (PMDB) fez coro às palavras do vereador Francisco. Ele lembrou que já havia feito uma indicação para fazer uma rua secundária para ser aberta e dar acesso ao alto do morro. “Sei que tem famílias que não aceitam que se abra uma rua de acesso, mas com diálogo pode-se chegar a um acordo”, reforçou Jaime.
Ainda na sessão, o vereador José Osorio de Avila (DEM), o popular Zé da Farmácia, diz que no sábado mesmo a Prefeitura procurou dar todo o apoio para aquela comunidade. Lembrou que na segunda-feira pela manhã, das 8h30 às 12 horas, teve uma reunião com a Prefeitura, Defesa Civil, moradores e conselho de segurança. Ele também disse que deixou seu assessor (Wilson Pinter) à disposição dos moradores 24 horas por dia, e que foi o mesmo quem entrou em contato com a Canarinho para fazer a baldeação dos ônibus, para que o bairro não ficasse sem transporte.
José Osorio não concorda com informação de que a Prefeitura não deu atenção ao deslizamento. Diz que há estudo para instalação de uma ponte, mas um morador não concorda com o desvio. O líder do governo, Ademar Possamai (DEM), também confirmou que esteve no Rio Molha na tarde de sábado e encontrou muitos dos envolvidos na recuperação do local. Destacou que a Prefeitura se colocou à disposição da empresa que trabalha no local e elogiou a decisão do engenheiro responsável pela obra em interromper o trânsito minutos antes de todo o desmoronamento. “Felizmente ninguém está procurando corpos lá embaixo”, destacou, ao interpretar que apesar da situação ser difícil, acredita que “dos males, foi o menor”.
Disse que a instalação de uma ponte do Exército, sugerida por Francisco, talvez fosse a solução mais rápida e mais simples, mas há problemas que vão desde as pessoas que não querem deixar passarem em seus terrenos até à estrutura do morro do outro lado. “Acredita que o bairro merece ter um segundo acesso, mas não dá pra fazer a toque de caixa”.
O vereador Francisco Alves rebateu: “Insisto em dizer que tem que ser a toque de caixa. Não dá mais para esperar, tem que ser a toque de caixa, sim”.
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP