O líder da bancada do Partido dos Trabalhadores, vereador Francisco Valdecir Alves, voltou a falar na sessão da última quinta-feira sobre um assunto que vem tirando o sono da população de Jaraguá do Sul – o transporte coletivo. O vereador voltou a lamentar que mesmo no meio às mudanças pelas quais o sistema está passando, o público diretamente interessado no sistema não tenha sido ouvido ou mesmo informado do que realmente está acontecendo. E anunciou a instalação de um canal de debate permanente sobre o assunto.
“Já se perderam na história os anos que os munícipes reivindicam melhorias, e novamente a sociedade não foi ouvida para poder dizer que modelo de transporte ela quer”, destacou. Francisco lembra que no decorrer deste ano somente em dois momentos ouviu debates democráticos para se discutir o transporte. Os dois ocorridos na própria Câmara.
O primeiro, que tratava da mobilidade urbana, foi realizado no dia 8 de agosto, e deu voz a portadores de necessidades especiais, pessoas ligadas a movimentos sociais e moradores. Ele foi uma espécie de preparatório para outro momento, muito maior – a audiência pública do transporte coletivo, realizada na Câmara no dia 12 de agosto de 2009, com o plenário lotado. Esta audiência foi solicitada no início do ano, pela bancada do PT, e ocorreu em um momento decisivo, às vésperas de se dar a implantação da bilhetagem eletrônica e o passe único. Nela, vereadores, populares, lideranças comunitárias, representantes da empresa e da Prefeitura puderam colocar suas opiniões e assumirem compromissos mútuos.
“A grande participação popular foi a prova do quanto a sociedade quer discutir este tema, pois o povo trabalhador é quem utiliza o ônibus”, reforçou Francisco, para logo depois ressaltar que dela resultou um projeto, criado pela bancada do PT, que pretende exigir que cada ônibus mantenha dois funcionários, o motorista e o cobrador ou orientador. Ou seja, que a empresa que detém uma concessão de um serviço público encontre uma forma de manter os postos de serviço que já oferece.
O vereador ainda mostrou uma reportagem publicada no jornal A Notícia de 19 de setembro, que diz que os cobradores permanecerão com função dentro do ônibus. “Vou guardar o jornal e cobrar. É isso que queremos. A garantia do emprego a estes trabalhadores neste projeto que será votado na próxima semana nesta Casa”, antecipou,fazendo uma prévia em defesa de seu projeto.
Também questionou se a comunidade quer o modelo de transporte determinado pela prefeita por decreto. “As entidades estão abismadas com este decreto. Ninguém foi ouvido. No dia da audiência soube que foi editado um decreto. Todos repudiam este modelo de sistema de transporte proposto pela prefeita. Não aceitam inclusive os valores de passes diferenciados. Se o passe é único, porque esta diferença?”
Para sustentar que suas colocações refletem a opinião de expressiva parcela da população, o vereador citou que ainda na quinta-feira pela manhã, na própria Câmara, onde também esteve presente seu companheiro de bancada, Vilmar Delagnolo, foi realizada uma reunião com pessoas envolvidas em movimentos sociais, sindicatos, a União Jaraguaense de Associações de Moradores (Ujam) e o Centro de Direitos Humanos (CDH), onde foi definida a criação do Fórum Permanente de Debate do Transporte Coletivo, o que dará abertura para que todos os usuários possam dar sua opinião.
“Concessão pública envolve respeito, preço justo, geração de emprego e renda. Por isso, conto com todos os senhores vereadores nesta luta por um transporte coletivo justo, mas justo com todos. Sabemos que cada um tem sua forma de pensar. Vamos sentar, vamos discutir. Saber o que as pessoas pensam e como podem contribuir. Coloco minhas assessorias à disposição de todos os vereadores para juntos fortalecermos esta luta”, finalizou.
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP