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O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) investiu no período de 2005 a 2008 mais de R$ 14 milhões na captação, tratamento e distribuição de água e na implantação de estações de tratamento de água e de esgoto na cidade. Uma prestação de contas detalhada deste investimento foi apresentada aos vereadores e à comunidade pelo ex-diretor da autarquia, o engenheiro Luiz Fernando Marcolla. Ele esteve na sessão da última quinta-feira da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, a convite do vereador Jaime Negherbon (PMDB).
O vereador Jaime explicou que achou importante convidar Marcolla e dar a oportunidade de que ele pudesse falar sobre as realizações do Samae, já que houve críticas à sua atuação e denúncias de que ele teria feito apenas uma maquiagem na cidade. “Se foi maquiagem, foi para deixar a cidade mais bonita, mas também fizemos transplantes de coração e pulmão”, observou Marcolla.
Ele também agradeceu ao vereador Jaime o convite, e disse que não viu isso como uma forma de se defender, porque entende que não tinha do que se defender, mas tem consciência de que como exerceu um cargo público, tem o compromisso de prestar contas à população assim que for requisitado.
Ao tomar conhecimento da aprovação de uma indicação do vereador José Osorio de Avila sugerindo que o município distribua protetor solar para trabalhadores braçais que atuam ao ar livre, o convidado se antecipou comunicando que na gestão anterior o Samae se preocupou em distribuir protetor solar aos seus funcionários.
O engenheiro civil, que se diz também um ambientalista, lembrou as diferentes etapas de trabalho do Samae, que atua desde a captação da água até o tratamento e transporte até as torneiras. Mostrou os investimentos e disse que o processo tem que se dar de forma que todas as etapas trabalhem sem falhas.
Evidente que a produção de água foi a principal preocupação, destacou. Disse que a cidade tinha problemas sérios de produção e captação de água e para resolvê-los teve que trocar bombeamento e modernizar prédios e toda a estrutura. Tudo pago com recursos próprios e à vista. “A bomba mais nova tinha 12 anos e trabalhava 24 horas por dia, com manutenção só quando tinha problema”. Também informou que deixou tudo pronto para o projeto de implantação de ampliação da rede de esgoto.
Segundo ele, o Samae tem caixa próprio e recursos para realizar todas as melhorias que o crescimento da cidade e as mudanças tecnológicas exigem. Cita, por exemplo, a futura Estação de Tratamento de Água (ETA) do bairro Garibaldi, em que sua equipe atuou na compra de terreno e deixou todo o projeto pronto e os recursos para ser executada. “Não tenho previsão de quando será entregue, pois não estou mais lá, mas se o cronograma for seguido, será no final deste ano”, informou ao vereador Francisco Alves (PT), que questionou se a inauguração desta estação vai melhorar a distribuição de água em determinados bairros.
[b]FIM DO PROEVA E PRIVATIZAÇÃO SÃO QUESTIONADOS[/b]
Além de todo o trabalho de distribuição e ampliação de redes apresentado, o ex-diretor do Samae lamentou o fim do programa educativo denominado Proeva, que em três anos de execução atingiu mais de 5 mil estudantes, orientando-os para a necessidade e importância da água de uso consciente da água.
O vereador Jaime também questionou sobre o que Marcolla acha de o atual diretor do Samae, Nelson Klitzke, estar falando em privatizar o serviço. Pego de surpresa, Marcolla disse que em princípio não tem nada contra a privatização de serviços públicos, pois o Estado não tem a capacidade de produção da iniciativa privada e o trabalho final poder ser terceirizado, como já acontece. Mas teme que uma empresa não atenda igualmente a todos, em especial as comunidades mais distantes.
O vereador Justino da Luz (PT) questionou os tipos de parcerias com as esferas governamentais. Marcolla explicou que o orçamento do Samae, por ser autarquia, é gerido à parte, mas sempre é importante procurar financiamentos junto aos órgãos federais e verbas a fundo perdido, embora entenda a dificuldade da busca de recursos por causa da imagem nacional de que Jaraguá do Sul seria uma cidade privilegiada.
O vereador Amarildo Sarti (PV) questionou o abandono do Proeva, que segundo ele era um programa que levava qualidade de vida, no sentido de preservar a água. “Dói bastante”, respondeu Marcolla, destacando que este foi um programa excelente, que se tornou exemplo e chamou atenção de empresas de todo o País, inclusive premiado, o que foi motivo de orgulho para toda a equipe de 150 funcionários, integrada também pelo vereador Isair Moser (PR), que atuava como diretor de operações. “Sem falar que o Samae de Jaraguá do Sul tem a melhor gestão entre outros serviços do gênero”.
O líder do governo na Câmara, vereador Ademar Possamai (DEM), que é amigo de Marcolla, aproveitou para explicar uma declaração anterior sua, que poderia ter sido interpretada negativamente se tirada do contexto em que a citou. Esclareceu que em nenhum momento questionou a gestão do Samae nem a pessoa de Marcolla e agradeceu sua presença.
O vereador Jean Leutprecht (PC do B) também destacou que é importante mostrar o que foi feito e o que tem que ser feito e manifestou sua opinião contrária à privatização do Samae. Exemplificou com os reflexos negativos da privatização da telefonia, que podem ser sentidos em Jaraguá, como vem ocorrendo e já foram abordados pelo vereador Jaime.
Jean também se dirigiu ao líder do governo e pediu empenho do mesmo para que lute para que programas exemplares como o Proeva, o “ Aplauso” na Cultura e o PEC no Esportes, que estão abandonados, sejam retomados. Ele destacou que o próprio Possamai apresentou indicação no sentido de implantar a educação ambiental nas escolas, um dos objetivos do Proeva, criado tendo como referência outro programa educacional de sucesso, o Proerd.
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP