A Câmara de Vereadores realizou Audiência Pública nesta terça-feira (04), a fim de debater sobre os preços praticados para a realização de exames de imagem e diagnósticos nos hospitais Jaraguá e São José, bem como os valores cobrados nos estacionamentos destas duas unidades. A proposição do vereador Jackson José de Avila (MDB), teve como objetivo esclarecer dúvidas e principalmente buscar soluções no sentido de reduzir esses valores. Participaram da audiência, vereadores, o Diretor Administrativo do Hospital São José, Maurício Souto Maior, a relações de mercado do Hospital Jaraguá, Josiane Gonzaga, o secretário de saúde, Alceu Moretti e munícipes.
Maurício Souto Maior começou lembrando que o hospital São José é uma entidade privada e não pública, uma associação filantrópica sem fins lucrativos. “Entidade sem fins lucrativos não quer dizer entidade de prejuízos. Temos que buscar a sustentabilidade e oferecer, no mínimo, 60% dos serviços no SUS, sendo que o São José trabalha hoje com 81% de serviços pelo SUS”, ressaltou ele, mencionando também a estrutura da unidade em termos de pessoal, área física e o que é feito para manter as receitas e despesas do hospital. Souto Maior afirmou, ainda, que os recursos arrecadados pela cobrança do estacionamento são revertidos em obras. “A missão é atender a comunidade e para isso precisamos de receita”.
O propositor Jackson José de Avila pediu explicações sobre os valores cobrados pelos exames médicos nas unidades, em relação aos praticados em outros locais e municípios. Citou como exemplos, exames de tomografia realizados em Florianópolis ao preço de R$ 190, contra R$ 450 praticados nos dois hospitais daqui. Já exames de ressonância magnética na capital, segundo Jackson, podem ser feitos por R$ 360, nos hospitais de Jaraguá do Sul, os valores ficam entre R$ 785 (São José) e R$ 850 (Hospital Jaraguá).
Avila cobrou a utilização de consultas sociais pelos hospitais e citou os valores repassados pelo SUS, estado e município às duas unidades. Em 2018 foram cerca de R$ 27 milhões para o hospital Jaraguá e R$ 50 milhões para o hospital São José. “Pedimos apoio de vocês para as pessoas que necessitam”, frisou Jackson José de Avila, avisando que o Procon poderá ser acionado em alguns casos onde os valores de exames apresentam variação significativa.
Josiane Gonzaga, representante do Hospital Jaraguá, reforçou as colocações de Souto Maior, quanto à missão de prestar um serviço de qualidade à população ao mesmo tempo em que a unidade trabalha também para manter suas receitas em dia. Ela sugeriu, no entanto, um estudo sobre a viabilidade de uma tabela diferenciada para atender a “população SUS”, como forma de auxiliar este segmento de pacientes. “Acho que isso podemos sentar e alinhar. É uma proposta que coloco aqui e faço o convite ao hospital São José também”, pontuou. Jackson José de Avila afirmou que este encaminhamento já pode ser considerado um avanço em termos de padronização dos exames.
O presidente da Câmara, Marcelindo Carlos Gruner ressaltou a necessidade de o município ser mais competitivo quanto à concorrência de mercado na realização de exames, o que poderá baixar os valores cobrados atualmente. “Devemos buscar alternativas para que as pessoas não tenham que sair daqui para fazer seus exames fora. Temos que fazer esta análise e termos um preço competitivo de mercado”, ponderou.
Arlindo Rincos lembrou que os dois hospitais recebem dinheiro público e devem atentar-se para isso. Reforçou ainda que é necessário reduzir os valores cobrados em ambos os estacionamentos. Souto Maior afirmou que os valores da tabela do São José estão de acordo com o que é praticado no mercado. Na unidade a hora custa R$ 4,25, sendo operacionalizado por empresa terceirizada. Já no hospital Jaraguá, custa R$ 3 e a operação é própria.
Os representantes das duas unidades reforçaram que a cobrança dos estacionamentos é importante para as receitas dos hospitais.
Ao final da audiência, Jackson José de Avila, avaliou como positivo o encontro, reforçou os pleitos de redução nos valores de exames e estacionamentos e vai aguardar retorno das direções dos hospitais.