Francisco de Assis Rocha, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Sinte, explanou na sessão desta terça-feira (07/04) sobre a greve do magistério estadual. O coordenador comentou algumas declarações dadas em vídeo pelo secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps.
Durante uma webconferência com as Gereds e diretores escolares realizada no dia 1º de abril, o secretário afirmou que não admitirá diretor ‘pelego de sindicato’ e frisou que o papel destes servidores é o de gerir a unidade escolar e mantê-la em funcionamento. Eduardo Deschamps declarou que os diretores que apoiarem a greve serão apurados e penalizados. Os professores em estágio probatório e ACTs também foram desestimulados para não aderirem ao movimento.
O coordenador do Sinte considera a fala do secretário problemática. “Ele induz os diretores a irem para a sala de aula persuadir o professor para que não participe do movimento de greve”, afirma. Segundo Francisco Rocha, a greve é legítima e está amparada pelos artigos 8, 9 e 10 da Constituição Federal. Ele reforçou que a greve é um instrumento para tentar um diálogo com o governo do Estado. “Quando cruzamos os braços é porque queremos conversar”, declarou.
Francisco lembrou que três assembleias foram realizadas na tentativa de discutir a situação, mas como não houve interesse do Governo, a greve foi acionada. Sobre os descontos e sanções sugeridas pelo secretário Deschamps em decorrência de faltas, o coordenador afirma que existe um equívoco ao considerar a greve como ausência ao trabalho. “Ela deve ser considerada como ausência de trabalho, ou seja, não se justificam as penalidades”, comentou.
Uma moção de apoio solicitando que o Governo Estadual volte a deliberar com a classe magistral foi o pedido do coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação para os vereadores de Jaraguá do Sul. A presidente da Câmara, Natália Lúcia Petry, afirmou que a Casa irá atender ao pedido do Sinte. “Infelizmente nosso poder não é de decisão quanto às ações do Governo do Estado, mas acredito que possamos nos solidarizar com a classe”, refletiu.
Natália lembrou que alguns dos vereadores também foram professores e que o Poder Legislativo sabe da importância deste profissional na sociedade. “Meu sonho é que a educação seja valorizada como um fator que muda a sociedade. Aí quem sabe não precisaremos mais de greves e manifestos”, declarou.