Na sessão desta quinta-feira (17), a Câmara Municipal de Jaraguá do Sul discutiu o futuro da Escola Darci Franke Welke, localizada no bairro São Luís. Nesta semana, a Polícia Militar confirmou que o Colégio Militar Feliciano Nunes Pires ficará definitivamente no prédio da escola, resultando no fim do ensino médio público e aberto para a comunidade no local.
O vereador Luís Fernando Almeida (MDB) destacou sua preocupação com os impactos dessa decisão para os estudantes da região. “O que significa o movimento #ficaDarci? É que a Escola Darci Franke Welke está sendo totalmente direcionada para a escola militar. Isso afeta os jovens, que terão que se deslocar para outras regiões distantes para continuar seus estudos”, afirmou.
Segundo Almeida, o acordo inicial previa a ocupação temporária do espaço pelo Colégio Militar, mas agora a mudança será permanente, afetando cerca de 400 alunos. Ele ressaltou que muitos desses estudantes, especialmente aqueles que trabalham durante o dia, vão enfrentar dificuldades logísticas e financeiras para se deslocar até escolas em bairros mais distantes.
O vereador também mencionou conversas com lideranças locais, que expressaram preocupação com o impacto negativo da medida. Ele anunciou que está elaborando uma moção de apelo ao Governo do Estado para reverter a decisão, defendendo que a comunidade não deve ser prejudicada. “Não sou contra a Escola Militar, mas precisamos de uma solução que não prejudique os 400 jovens e suas famílias. Por que não construir o Colégio Militar em outro local, como no terreno da Arena, próximo ao batalhão?”, sugeriu.
A moção será apresentada para assinatura de todos os vereadores, com o objetivo de pressionar o governo estadual a reavaliar a decisão e buscar alternativas que preservem o ensino público na região.
A vereadora Nina Santin Camello (PL) expressou seu apoio à Moção proposta pelo vereador Luís Fernando Almeida, destacando a importância de dar voz às demandas da população local. “Eu concordo com a moção ao governo do estado, pois é um assunto polêmico. Lembro que, em 2021, fizemos uma Moção referente à paralisação das obras da escola, que foi assinada por todos os vereadores e atendia ao anseio da população na época. Agora, novamente, estamos diante de um movimento da comunidade para que suas demandas sejam ouvidas”, afirmou a vereadora.
A vereadora Sirley Schapo (Novo) expressou sua indignação durante a sessão, criticando o que chamou de “mentira pregada na comunidade”. Ela relembrou que, no início do projeto, foi informado que o uso do prédio pelo Colégio Militar seria temporário, mas agora, a decisão se tornou definitiva, deixando os estudantes de ensino médio sem a escola que foi construída para atender a comunidade local.
“Foi dito à comunidade, foi dito nesta Câmara de Vereadores, que seria provisório, para que Jaraguá não perdesse a oportunidade de ter um colégio militar. E agora, querem tirar o ensino médio de lá definitivamente. Isso é um desrespeito com a comunidade”, afirmou Sirley, acrescentando que a professora Darci Franke Welke, homenageada com o nome da escola, “deve estar se revirando no túmulo” com essa situação.
A parlamentar também criticou o papel do Governo Estadual e do Comando Geral da Polícia Militar na decisão, cobrando uma posição clara do secretário estadual de Educação e pedindo que o governador reveja a determinação. Segundo Sirley, a comunidade do entorno, que inclui os bairros São Luís, Tifa Martins, Chico de Paulo, entre outros, precisa da escola no local, e não faz sentido “despir um santo para vestir outro”.