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A presidente da Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, Natália Lúcia Petry (PSB), escolheu esta segunda-feira, 16 de agosto, dia do seu aniversário, para oficializar à imprensa jaraguaense a sua desistência de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa nas eleições deste ano.
Natália, que já vinha dando indícios de que declinaria da candidatura, entregou para os profissionais da imprensa da região um texto onde apresentou como principais motivos para a decisão as dificuldades pelas quais passaram sua família no último ano, com muitas perdas em poucos meses; sinais de estresse, o atendimento às entidades e lideranças locais que pediram pela redução do número de candidatos na região e seu compromisso em cumprir integralmente seu mandato na Câmara de Vereadores na condição da vereadora mais votada em 2008.
“Foi uma decisão difícil, mas percebendo o apelo de entidades e lideranças que procuram eleger deputado federal e estadual, embora números extra-oficiais apontassem meu nome como de boa aceitação na comunidade e a possibilidade de ser a única mulher candidata da cidade, resolvi desistir de minha candidatura”, reforçou Natália, lembrando ainda que seu nome não é conhecido em todo o Estado.
A vereadora não quis abrir apoio explícito a qualquer candidato. “Dou minha contribuição neste momento com minha desistência, aliada a fatores de foro íntimo, questões pessoais e familiares, pois minha família, formada diretamente por 68 pessoas, não se encontra apta a sair em busca de votos”. Acompanhada pelo filho Vinícius, Natália ainda brincou lembrando que como seu filho é deputado do Parlamento Jovem da Assembleia Legislativa, no momento a família não precisa de outro membro na AL.
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TEXTO ENTREGUE PELA VEREADORA:
[u]NATÁLIA LÚCIA PETRY DECLINA DE CONCORRER
À DEPUTADA ESTADUAL EM 2010[/b][/u]
[i]Antes de falarmos na pauta principal, que é a minha desistência de concorrer a DEPUTADA ESTADUAL, é preciso ressaltar um fato anterior muito importante: Concorrer nunca foi uma vontade minha e sim foi uma demanda do partido, devido à necessidade premente de objetivar crescimento. O PSB é um partido em formação e tem suas metas. Portanto, esta fase exige sacrifício de todos. Meu projeto pessoal sempre foi o de cumprir o mandato para o qual fui eleita em 2008.
Não concorrer a Deputada Estadual, apesar de estar bem posicionada para as eleições deste pleito, apontada por pesquisas extra-oficiais, foi uma decisão muito difícil e principalmente foi coerente. E eu quero explicar por que:
O motivo mais relevante é minha saúde. As perdas de familiares sofridas no último ano, e os irrefutáveis sinais de estresse do qual tenho sido alertada por meu médico, agravados pelo pedido de minha família para a consideração de um cenário impróprio para o enfrentamento de uma nova campanha. É importante ressaltar que minha família é e sempre foi a maior incentivadora de meu trabalho na comunidade, e que liderada pela minha mãe recém falecida, foi a base de todas as minhas campanhas.
Dentre tantos outros motivos de fórum íntimo e partidário, quero ressaltar a solicitação direta da ACIJS, devido à atuação formal de sua alta direção, assim como a opinião de figuras importantes não só da política, mas da nossa comunidade. Há algumas solicitei opinião, e, muitas outras me procuraram movidas por objetivos que avaliei com atenção. Mas certamente todos tinham apenas um motivo – a eleição de candidatos que aí estão em sua segunda ou terceira tentativa e que certamente merecem a atenção da sociedade.
Minha opinião, como política que sou, é que o processo democrático é diverso realmente e que não é preciso cercear iniciativas. Claro que dentro da coerência. É difícil achar coerente que uma coligação majoritária (chapas para governador e vice) lance cinco candidatos a deputado estadual e outra quatro, sendo que três candidatos sejam do mesmo partido. Mas, enfim, o importante é que a democracia seja garantida. Ainda sobre esse assunto tem valia lembrar que a qualidade das novas lideranças está sendo colocada em xeque, pois Jaraguá do Sul com um colégio eleitoral quase cinqüenta por cento menor do que hoje, elegeu de uma só vez três deputados estaduais que residiam na cidade. E o maior exemplo de força e da democracia é que cada um deles era de um partido forte.
A corrente que visa tirar candidatos é útil devido ao cenário pobre político que hoje estamos vivendo. Porém, o resultado prático de toda esta discussão não chegou ao seu objetivo. Jaraguá do Sul precisa virar esse cenário, precisa ter novamente o gosto pela competição das idéias e pela opinião forte e determinada de sua gente trabalhadora. Eu cresci com este valor, eu me tornei política pela admiração por alguns políticos. Não importa se deste ou daquele partido, mas pela forma com que levavam a política acontecer. Jaraguá do Sul a cidade que ama trabalhar, que ama a atitude correta. Essa terra que atrai gente de todo o lado precisa atentar para buscar suas raízes e mostrar sua cultura de gente forte e determinada que é, exemplo de trabalho e de esforço dando oportunidade para o surgimento de novas lideranças.
Por acreditar que posso contribuir para ver de novo nossa política ser alta, admirada e capaz de atrair o jovem idealista, e ser capaz de renovar em busca de um competente e ético trabalho político, vou me fortalecer e dar continuidade ao meu trabalho pela comunidade na Câmara de Vereadores. Declino de concorrer neste pleito, mesmo bem aceita e tendo a vantagem de ser a única mulher da cidade em um ano onde o feminino figura com grande valor, seja para a Presidência da República, seja no pleito para o Governo de Santa Catarina.[/i]
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP