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A Comissão Processante da Schützenfest encerrou nesta sexta-feira, dia 10 de setembro, a tomada de depoimentos das pessoas envolvidas ou apontadas como testemunhas na investigação das denúncias de infração político-administrativa e atos de improbidade supostamente cometidos pela prefeita Cecília Konell (DEM) na organização e realização da festa do ano passado. Os últimos depoentes foram o ex-presidente da Associação dos Clubes de Caça e Tiro do Vale do Itapocu (ACSTIV), Nelson Sjöberg, e o atual presidente da ACSTIV, Celso Hille.
O presidente da comissão, Jaime Negherbon (PMDB), esclareceu antes do início da tomada dos depoimentos que o advogado da prefeita, Moacir Silveira, foi devidamente intimado, mas não compareceu, por isso a comissão deu seqüência aos trabalhos. Por fim, Jaime anunciou que a comissão formada ainda pelo relator Amarildo Sarti (PV) e pelo membro Justino da Luz (PT) deve voltar a se encontrar na segunda-feira para tomar providências e dar encaminhamento ao relatório final.
[b]CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS DOS DEPOIMENTOS :
NELSON SJÖBERG[/b]
O ex-presidente da Associação dos Clubes e Sociedades de Tiro do Vale do Itapocu (ACSTVI), Nelson Sjöberg, disse que quem comandava os trabalhos na organização da festa era o presidente da Comissão Central Organizadora (CCO) da festa, Ronaldo Raulino.
Ao vereador Justino Pereira da Luz (PT), Nelson respondeu que quando presidente da associação, para o recebimento dos R$ 25 mil do município, estava com a documentação em dia.
Ele confirmou que entende que a marca Schützenfest pertence à Fundação Cultural, e lembrou que a prefeita compareceu na segunda-feira que antecedeu a festa para fazer a inauguração das reformas do Parque Municipal de Eventos, e também durante os dias de festa e no encerramento.
Ele reforçou que no início do ano passado, a ACSTVI não queria assumir a festa, atuaria somente como colaboradora, mas não como executora da festa, e que esta decisão foi levada ao gabinete da prefeita, pois tinha a pendenga do parque de eventos.
Disse que prestou contas dos R$ 25 mil que a Prefeitura repassou e depois colocou em sindicância, por entender que não houve prestação correta de contas.
A maioria dos integrantes da CCO era funcionário da Prefeitura, mas ele não sabe quem autorizou a nomeação dos mesmos, mas acredita que foi a prefeita quem os autorizou, assim como foi ela quem assinou o decreto nomeando a CCO.
Como o Parque de Eventos faz parte do patrimônio municipal acredita que para a Fábrica do Show ter se instalado lá deve ter sido autorizada pelo poder público.
A prefeita participou de uma reunião uns 20 dias antes da festa no pavilhão C, e uma inicial que a associação fez no gabinete dela, em outras ela não esteve presente, e em outras lembra que a prefeita foi representada pelo marido e então secretário Ivo Konell.
Nelson desconhece os termos de contratação da dupla Fernando e Sorocaba, porque quem fez a contratação foi a CCO com a Fábrica do Show, empresa terceirizada para organizar a festa. Que ele saiba o repasse de R$ 150 mil para a Fábrica de Show, para o pagamento da dupla Fernando e Sorocaba, deveria ser feito à associação, mas como a associação tinha uma pendência de 2003, foi feito diretamente.
Ele admitiu que a associação foi convocada para assinar contrato com a Fábrica do Show para escapar da licitação e as entidades participantes receberiam R$ 100 mil para dividir entre as mesmas. Disse que solicitou várias vezes à Fábrica que prestasse contas, mas nunca ficou sabendo quanto foi a receita e a despesa da festa.
[b]CELSO HILLE[/b]
Confirmou que a festa era do município e que a ACSTVI teve participação direcionada ao tiro e ao desfile, explorando também a parte de souvenirs e com algumas pessoas envolvidas em algumas comissões, incluindo o ex-presidente que era segundo vice-presidente da CCO.
Disse que a ACSTVI prestou contas referente ao repasse de R$ 25 mil, mas que depois de um tempo a Prefeitura começou a cogitar que era ilegal, e garante que não foi nada ilegal, porque a consultoria da Prefeitura acompanhou e foram usados mais de 500 quilos de malhas, que foram usados em decoração, e ainda existe parte deste material nas sociedades Diana e Aliança.
Segundo Hille, os fiscais da Prefeitura não fotografaram a malha que está na Aliança. Ele disse que o presidente daquela sociedade chegou a esperar para serem feitas as fotos, mas eles não compareceram alegando que não tinham condução. E na associação encontraram outros materiais e fotografaram malhas, lâmpadas e tintas. Disse que as notas estão todas emitidas corretamente com os devidos impostos previstos.
Confirmou que várias pessoas ligadas à administração pública coordenaram esta festa. Ele não soube responder quem autorizou a Fábrica do Show a ocupar o pavilhão B do Parque de Eventos durante e uns dias depois da festa.
Não recorda da participação da prefeita em reuniões da CCO, mas em outras internas quando as sociedades falaram em não fazer a festa, ou foi cogitada uma festa com tempo reduzido.
Não tem conhecimento sobre as contratações para shows.
O repasse de R$ 15 mil da Fundação Cultural, quem falava mais era o Ronaldo (Raulino, presidente da CCO) e teve reuniões em que o Ivo esteve junto e se comprometeu em liberar o dinheiro para dar sinal para as bandas, não só para o Fernando e Sorocaba. Era para ser para a associação, que repassaria para as bandas, mas a associação não aceitou.
Confirmou que recebeu os R$ 25 mil e prestou contas, mas no momento ela está em aberto na Prefeitura, em sindicância.
Ele chegou a lembrar que as associações ganhariam para dividir R$ 100 mil, que viriam de emenda parlamentar do então senador Raimundo Colombo, valor que nunca veio.
Ele negou que as sociedades negociassem para fazer a festa, disse que a Prefeitura sempre auxiliava, porque até a 20ª festa quem organizava era a associação mesmo, mas que as festas nunca traziam retorno e nos últimos anos a reserva se esgotou, pois o orçamento costumava extrapolar, por isso em 2009 a associação não quis mais assumir a presidência, mas promessa de dinheiro garante que nunca teve, à exceção da emenda de Colombo que não veio.
Em 2006, 2007 e 2008 era para ter repasse de R$ 100 mil do governo do Estado para a associação, mas em 2007 veio só R$ 65 mil. Disse que as sociedades têm gastos, começam a trabalhar em cima da festa desde janeiro, mas promessas em valores não existiam, a não ser de projetos pequenos destinados especificamente às sociedades.
Ele reforçou que está aguardando até hoje a prestação de contas da festa, pois o contrato pela associação foi um erro. “Pelo que sei, todo o pagamento que deveria ser feito deveria ter assinaturas do presidente da CCO, da associação e da Fábrica, mas Nelson não assinou nem uma ordem de pagamento, teve algumas com assinaturas só do cara da Fábrica, outras só do Ronaldo e outras dos dois”.
Por isso, ele entende que a Blucredi não poderia ter feito ordem de pagamento com assinatura dos três, “porque o banco liberou sem as três assinaturas. Será que eles não tinham conhecimento do contrato?”, questionou.
Quanto ao prejuízo da festa, ele disse que fala-se em R$ 450 mil, mas acredita que seja muito mais, pois só com a bebida e a publicidade este valor já passa de R$ 500 mil. “Não podemos esquecer. Isso tem que ser esclarecido, fazemos tudo com humildade e transparência, se teve erros, tem que buscar, saber quem errou, quem foi o cúmplice, se a associação errou tem que pagar por isso também”, finalizou.