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[b]Comunidades rurais do Alto São Pedro e Jaraguazinho já receberam suas Arcas das Letras[/b]
O vereador Amarildo Sarti (PV) visitou recentemente a casa do líder comunitário Valdecir Fernandes, localizada na região do Alto São Pedro, onde está instalada uma das duas estantes de Jaraguá do Sul do projeto Arca das Letras do governo federal. Desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no município ele foi colocado em prática pela Secretaria de Estado da Agricultura e Política Rural, por meio do projeto Microbacias. A outra estante está localizada na casa da família de Ana Maria Klabunde, na localidade de Jaraguazinho.
O programa Arca das Letras visa incentivar a leitura através da disponibilização de um acervo de livros em comunidades rurais de agricultura familiar, remanescentes de quilombos, indígenas e assentados pela reforma agrária e crédito fundiário. Ele consta de uma estante com cerca de 200 livros doados pelo Ministério da Educação.
Uma família fica responsável em abrigar o acervo em sua casa, com o compromisso de colocá-lo à disposição da comunidade por meio de empréstimos feitos em um sistema semelhante ao das bibliotecas públicas. Na casa de Valdecir, a idéia de sediar a estante contagiou toda a família. A filha de 13 anos, Larissa, é a mais entusiasmada e praticamente quem administra e controla os empréstimos.
Uma prova de que a idéia foi bem acolhida pela comunidade pode ser conferida nas fichas de empréstimos. Tem gente que em pouco mais de um mês já pegou mais de 20 livros. O acervo é bem variado. Há livros infantis, infanto-juvenis, técnicos, didáticos, de literatura e especializados. Por enquanto, crianças e adolescentes são os leitores mais assíduos.
O projeto Arca das Letras está sendo difundido pela facilitadora do Programa Microbacias, a técnica agropecuária Valdirene Sommer. Ela disse que o fato de as comunidades rurais estarem organizadas por meio deste programa foi a forma encontrada para que a Arca pudesse ser trazida para Jaraguá do Sul.
A escolha das duas famílias que receberam as estantes e se comprometeram a fazer a interação com as comunidades foi feita em novembro de 2008. A princípio, são 350 famílias no Alto São Pedro e 250 no Jaraguazinho que agora têm uma biblioteca à sua disposição 24 horas por dia. A demora na implantação do projeto se deu em função das chuvas que chegaram a isolar as comunidades atingidas. Por isso, a retomada foi feita em março, quando foram buscadas parcerias para a construção das estantes.
A idéia é que as estantes sejam itinerantes, mas a secretária executiva municipal do Programa Microbacias, a extensionista social Juana Borchardt, explica que a idéia é deixar as estantes pelo menos seis meses com as atuais famílias. E também divulgar o projeto para que mais comunidades se candidatem a receber a Arca das Letras.
O único custo para o recebimento do projeto é com a construção da estante. Trata-se de um pequeno móvel que deve seguir um padrão proposto pelo MDA. Elas podem ser feitas em marcenarias especializadas ou pelos agricultores que disponibilizam madeira e constroem as mesmas seguindo as dimensões especificadas. Em alguns casos, as comunidades têm buscado patrocínio.
A entrega oficial das primeiras arcas ocorreu na Escola Santo Estevão, a única da região, para que todos os estudantes tivessem conhecimento de mais esta fonte de leitura, lazer e conhecimento. Juana explica que as estantes não ficarão na escola justamente para que os livros fiquem disponíveis nos períodos de férias e finais de semana, quando as escolas estão fechadas.
O vereador Amarildo Sarti, que já foi secretário de Agricultura do município e tem um profundo conhecimento da realidade das comunidades rurais, elogia a iniciativa e ficou bastante satisfeito em observar os resultados iniciais na casa da família Fernandes. Ele considera que este é um projeto que não se pode perder de vista e não vê a hora em que as demais comunidades rurais de Jaraguá do Sul e região tenham ao seu alcance a sua Arca das Letras.
A família de Valdecir apresentou ao vereador e à equipe que o acompanhava o controle de empréstimos que mostra a sede de ler de diversos estudantes. Ele também sugeriu que sejam oferecidos mais livros destinados ao público infanto-juvenil e de história brasileira.
“Acreditamos que a ampliação das Arcas favorece e desencadeia na agricultura familiar um processo de busca por mais conhecimento, objetivo cunhado também no programa Microbacias”, destacam Valdirene e Juana. O Arca das Letras é apenas um entre dezenas de projetos que elas desenvolvem com o objetivo de buscar o desenvolvimento coletivo das comunidades rurais jaraguaenses, que possuem como peculiaridade o fato de 50% desta população não ter a atividade agrícola como prioridade.
[b]O QUE É O PROJETO ARCA DAS LETRAS[/b]
[b]COMO FUNCIONA[/b]
As arcas são as caixas-estantes que armazenam os livros. O acervo é doado pelo Ministério da Educação e conta com cerca de 200 livros. Os moradores indicam o local de instalação das arcas e seus agentes de leitura – voluntários que são responsáveis pelo empréstimo dos livros e pelo incentivo à leitura na comunidade. A arca fica na casa de uma família de agricultores indicada pela comunidade. Qualquer pessoa da comunidade poderá ter acesso aos livros.
[b]COMO ACESSAR[/b]
A única exigência às comunidades rurais dispostas a receberem o programa é que elas construam as arcas seguindo um projeto enviado pelo MDA. Das 412 arcas existentes em Santa Catarina, 168 foram construídas com o apoio do Besc, 125 pela Eletrosul e as demais foram construídas por prefeituras, cooperativas e por grupos de agricultores.
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COMO PEDIR SUA ARCA[/b]
Valdirene e Juana informam que como têm o compromisso da Secretaria de Reordenamento Agrário (SRA) do MDA, que é quem coordena o Arca das Letras, de que todas as arcas que forem construídas em SC serão atendidas pelo programa, elas solicitam que as entidades que apresentarem interesse em construir arcas, entrem em contato pelo telefone: 3370-8720.
Jornalista responsável: Rosana Ritta – Registro profissional: SC 491/JP